Alguns olhares sobre o Rio de Janeiro, seus costumes, seus becos, suas praias, suas gírias, seus botecos, sua gente, sua graça, e também para os seus desacertos e desgraças (por que não, não é?)... Faça o seu pedido e sente-se a mesa com a gente!
os anjos da cidade vêm da esquina, das praças, dos barrancos dos barracos estão nos botequins estão nos bancos e surgem dos portais e perambulam sem rumo nas calçadas armados de revoltas delirantes
os anjos da cidade nos sitiam
humanos por seus gestos são ressonâncias de deuses muito antigos já sem brilho são folhas secas sem rumo andarilhos ou são talvez imagem e semelhança dessas crianças doentes das favelas ou de meninas sem viço de donzelas
na mais secreta demência resguardados já não consolam ou protegem mas avisam que os inimigos vêm de qualquer lado
desnecessários servem talvez para velar os mortos
votado a toda perda a todo amor logrado, a toda mágoa um anjo triste pulsa em nosso sangue em nossas horas e dorme um sono escuro entre lembranças baldio personagem sem romance
os párias deturpados da cidade talvez anjos drogados pelos homens agora são saudades legionárias
2 Comments:
li stoducto said...
comovente, deda...
beijos
Bela Lachter said...
concordo com o comment acima, foto mt boa tb!
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