Se o tempo não volta, não tem problema. A gente volta no tempo porque tempo não se apaga.
Castelinho
O Castelinho foi uma das dez primeiras casas de Ipanema, construído pelo cônsul sueco Johan Edward Jansson em 1904 e depois vendido à família Catão. Nos anos 60 o trecho de praia entre as ruas Rainha Elizabeth e Francisco Otaviano passou a ser chamado de Castelinho. Em 1964, no local surgiu o bar-restaurante Castelinho criado pelo advogado Fortunato Azulay e pelo pianista Sacha Rubin. Dois anos depois foi vendido e nunca mais recuperou o espírito inicial. Foi demolido e hoje é um horrendo apart-hotel.
Em 1935, o alemão Müller inaugurou o Bar Rhenania. Em 1938, vendeu o bar para Victor Fleischer, que mudou o nome para Jangadeiro, pela proximidade com a rua que quase lhe fazia esquina, a Jangadeiros. Era um restaurante simples, com cadeiras de palha e piso de ladrilhos. Em 1950 Fleischer passou o bar para a sua filha Christina e ao genro e uma nova geração de boêmios começou a se formar na década de 50. Estes boêmios - Ferdy Carneiro, Albino Pinheiro, Jaguar, Hugo Bidet - ali fundaram, em 1965, a Banda de Ipanema, e fizeram do Jangadeiro sua sede, tesouraria e concentração informais.
Zeppelin O dono Oskar Geidel, austríaco que chegou ao Brasil em 1930 como trapezista, abriu o Zeppelin em 1937. O nome do bar foi uma homenagem ao dirigível alemão Graf Zeppelin, que fazia a linha Frankfurt - Rio. As mesas eram de madeira, forrada com toalhas brancas, as cadeiras, de palha e as paredes, pintadas de verdes. Nos anos 50 o Zeppelin foi freqüentado por Millôr Fernandes, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, entre outros. E nos anos 60 Vinicius de Moraes, Bette Faria, Nelson Mota e toda a turma da música popular aumentou a clientela do bar.
Veloso Bar Veloso, atual Bar Garota de Ipanema, esquina das ruas Prudente de Moraes e Vinícius de Moraes. Em 1945, o comerciante Raul Veloso abriu uma mercearia na esquina das ruas Montenegro(atual Vinícius de Moraes) e Prudente de Morais. O nome era O Botineiro. Na mercearia também continha um balcão onde se vendiam bebidas, onde a cerveja vendia mais que os outros produtos. Por isso, mesas, então, foram colocadas e a mercearia virou um bar. Os freqüentadores nunca o chamaram de Botineiro, mas de Veloso.
Dois fatos fizeram a fama do bar. O primeiro - mais conhecido - foi dali que em 1962 Tom e Vinicius contemplaram a moça que os inspiraria a compor "Garota de Ipanema". A revelação atraiu uma nova clientela. O segundo fato é que certa vez, Tom estava tomando um chope no Veloso quando o garçom Arlindo veio dizer-lhe que um gringo o chamava ao telefone. O gringo era Frank Sinatra.
by Marcia Cardoso
3 Comments:
li stoducto said...
Beleza, mera.
Este Jangadeiros e o Zeppelin da foto não cheguei a conhecer mas foi no Veloso, na Montenegro, que conheci o maestro, no ano em que ele compôs a Ligia...
ai, ai... "Não há nada como o tempo para passar...", já dizia o Vinicius...
um beijo
Silvia Chueire said...
Delícia recordar isto...
Obrigada.
Beijos,
Silvia
spersivo said...
Márcia,
Frequentei todos e bebi o suficiente por muitos deles. Nem sei mais o que existe, mas adorava começar no Amarelinho e fazer o cricuito por Copacabana, Leblon e Ipanema. Shows no Canecão ou nem sei mais o nome de frente à praia lá no começo de Ipanema. Tempos bons. Ainda havia vivo Moreira da Silva, o malandro mais moralista que conheci, Cartola, o Toni Tornado ainda era magro e sentava num pé sujo pra beber e ouvir Wanda Sá,que fez até show no Garota com a Georgina de Morais, Sivuca e Carlos Colla, um compositor pouco, elogiado não era difícil. E até um dia levar alguém para a Adega de Maria para jantar. Só me arrependo de não ter escrito um diário, mas dava? Era tanta bebida, poesia e música!Isto aí é um album de saudade! Silvio
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