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domingo, dezembro 10, 2006

Loba


Luba não foi direto para casa como usualmente. Passou numa loja de decoração, entrou no shopping novo da esquina da praia, olhou as vitrines e parou numa cantina de aspecto luminoso. Sentou e pediu uma minipizza de cogumelos e um chope. Teve pena de não ter chamado alguém para conversar, distrair-se um pouco no fim daquele dia suado e massacrante. Acomodou-se na cadeira como se não pretendesse sair dali tão cedo. Pediu outro chope. As pessoas chegavam com a cara alegre, animada ou um pouco distraída que se tem num lugar desses. Ninguém chegava sozinho. Luba se sentiu um pouco desconsolada. Ninguém ignora que é melhor comer bem acompanhado. Sem falar na analogia muito batida que se faz entre as várias formas de comer. A fome pede alimento, mas também companhia, conversa ou cantada. Assuntos não lhe faltariam naquele dia, mesmo que só interessassem de verdade a ela mesma, a Remo e aos outros colegas de departamento.

E de repente a vida lhe pareceu cruel, vazia, desperdiçada – mais de um terço de cada dia, meses e anos num mausoléu de vidro e aço que os isolava do mundo, num pedaço gelado de andar perdido e invisível aos olhos das pessoas comuns. E quem seria uma pessoa comum? Para seus chefes, números resultantes de uma pesquisa baseada em estatísticas, cuja origem se perdeu na confusão das tendências pouco nítidas, interesses escusos e desvios-padrão. Personagens perfeitos, abstrações que dispensariam caras e nomes. Pensou que talvez alguns de seus companheiros de trabalho considerassem a si próprios e a seus iguais os únicos seres dignos de atenção pessoal, superiores por seu saber e autoridade.

Não era assim com Remo – pensou, e uma sensação de agradável calor a percorreu toda. Os olhos de Remo tinham uma expressão nada sublime. Às vezes pareciam guardar uma brasa prestes a incendiá-la, e certamente por isso lhe chamaram a atenção desde o início. E o sorriso aberto, iluminado, meio debochado – diferente dos sorrisos tristes, cínicos, sempre escondendo um segundo sentido, uma intenção corrosiva. Da loja de discos ao lado chegava uma música – “e vê se a febre dele, guardada em mim, te contagia um pouco...” Sentiu-se então plena e surpreendida, e os olhos se encheram de lágrimas.

Uma certeza simples se levantava como um ser perfeito e intocado do meio das ruínas, da guerra que tinha sido sua vida até então. Às vezes achava que essa certeza era um resto de si mesma que ainda queria se acreditar, sonhando com neve imaculada num bosque de vegetais rasteiros, uma noite de luar impossível, um começo de amor. Era como se o que restou dissesse: ainda estou aqui, não conseguiram me derrubar de todo; ainda sou capaz de viver.


dito por dade amorim




1 Comments:




Blogger Tina said...

Adoro coisas do Rio... morei aí muitos anos e volto sempre.

Obrigada pela visita e pelo comentário. Voltarei aqui e ao Rio também. Depois do Natal.

beijos querida e boa semana

11 dezembro, 2006 22:42  



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