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sábado, janeiro 06, 2007
Chico City - Um Rio tão longe, tão perto de ser feliz (por Arnaldo Bloch, O Globo, 06.01.2006) A jornalista Regina Zappa - autora de um livro recente sobre as canções cariocas do maior letrista vivo do Brasil - me disse, na saída da estréia do novo show, "Carioca"", quinta-feira, no Canecão, que Chico está absurdamente mais solto no Rio do que em São Paulo, onde a turnê começou. Não sei, achei o Chico mais solto mesmo foi oito anos atrás, no show "As Cidades". No atual, para alegria dos melômanos, estava mais concentrado que solto, pois privilegiou o repertório primordialmente lírico e difícil do novo disco, "Carioca", e foi econômico com as canções que seu apaixonado público esperou quase uma década pra cantar junto com ele e que, apesar de um bis polpudo e popular, vai ter que voltar pra não ficar carente. Em compensação, quando o lendário Wilson das Neves deixou a bateria para fazer dueto com ele no vocal da deliciosa "Grande Hotel", parceria dos dois, e CHico ensaiou uns passos de samba em coreografia que terminou num explosivo abraço, a platéia veio abaixo como poucas vezes se viu, num momento que, sem exagero, valeu o show, valeu a semana, valeu o mês, o triste mês que deixou o Rio sem graça na virada do 31. Mais efetiva que a disposição e os adjetivos de efeito com que Sérgio Cabral inaugurou sua gestão à frente do Estado, em resposta ao terror, é a arte de Chico no Rio dias após os ataques de dezembro: faísca perfeita para a boa reação, naquilo que depende menos de intenções e promessas e mais de corações e almas. Que coisa boa ouvir Chico na TV dizer que a maioria de suas canções é sobre o Rio, mesmo quando não mencionam a cidade, pois é aqui que ele mora e compõe. Na estréia carioca de "Carioca", por sinal, o Canecão estava mais carioca do que nunca, como destacou Chico, ao saudar a presença dos recém-casados Oscar e Vera Lúcia Niemeyer em primeira aparição pública depois de carioquíssimas bodas. Estavam lá também o Ferreira Gullar, maranhense que escolheu Copacabana; o ministro Gil, baiano que, quando não está em Brasília ou em Bahia, fixa-se aqui. O internacional Ivan Lins, parceiro de última hora na impressionista e impressionante "Renata Maria", que podia morar onde quisesse, mas escolheu o Rio. Que cidade é essa onde, apesar dos pesadelos, insistem em morar Chico Buarque e Wilson das Neves? Ferreira Gullar e Edu Lobo? Baianos Gil, Caetano, Bethânia, Caymmi; Niemeyer, Lyra, Valle, Geraldinho, Ubaldo e a torcida do Flamengo (nome do chavão), a torcida do Botafogo (em nome do Fogão), a torcida do Fluminense (em nome do Chicão), a torcida do Vasco (em nome do nosso eterno vice-campeão?) Que cidade é essa para onde vieram os mineiros Drummond, Rubem, Sabino, Otto, Paulo, Hélio, Nava, Rosa, e ficaram, e não saíram, e aqui morreram? Que cidade é essa onde Glauber pousou e voou? Que cidade é essa, de Grande Otelo? Que cidade é essa onde Villa-Lobos nasceu, viveu e construiu um Brasil musical do qual somos filhos, às vezes sem saber? Que cidade é essa que Tom, Vinícius e João cantaram para o mundo e que o mundo canta hoje nas pistas, nos bares dos balneários, nos celulares do Japão, no universo paralelo da MP3? Quando Chico vem ao Rio (quero dizer, quando Chico sai do seu Rio particular, low profile, de caminhadas invisíveis, de pizzas efêmeras, de peladas sagradas, de seu santo recolhimento, para pisar num palco e se tornar oficialmente público) e pinta essa enxurrada de pessoas legais, famosas e anônimas, essa mulherada vidrada em raios de ardósia, na arte de falar às almas, quando a cidade fica buarquiana inteira, é o caso de se perguntar por que tanta gente boa prefere o Rio mesmo quando o Rio se vê sitiado, temível e temeroso? A resposta pode estar em alguma pausa de algum verso de "Subúrbio", em que Chico saúda aquele Rio para o qual o Cristo dá as costas, onde faltam turistas e sobram maravilhas que pouco se cantam; ou na atmosfera de "Outros Sonhos", donde emerge um Rio tão longe e tão perto de ser possível que dá vontade de chorar. dito por M. |
3 Comments:
Mesmo correndo o risco de ficar repetitiva, como não adorar ler tudo isso, saber de tudo isso e - melhor que tudo - ver Chico em ação naquele palco, diante da platéia completamente magnetizada? Ali todo mundo era carioca, viesse de onde viesse. Chico é assim, carioquiza as pessoas :O) Beijo dos grandes, Marcinha.
Maravilhoso post, muito legal. To fazendo uma primeira visita...
[ ]s
Querida Adelaide
Já Voltei:))
O meu comentário de hoje, tem que ser assim um simples – olá e um muito sentido – obrigada – pela visita na minha ausência.
Isto é para eu ter tempo de visitar a todos.
Beijos com muito carinho
(voltarei para ler sobre o Chico de quem sou fã)
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