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sábado, abril 22, 2006

RIO DE JANEIRO: Sépalas


A síntese de sua individualidade nem mesmo esta cidade pode revelá-la de todo, dando-se a conhecer de modo a que não lhe faltem previsões sobre seus tropos de cólera e de sua lavoura arcaica, dos aquedutos e de seus ovos futuristas, com o fito, talvez, de rebocá-la para um local de ganhos inauditos e vestir-lhe alguma indumentária mais ancha, ou mais breve. Duma jangada de pedra lhe veio algo, e assim se viu real estrada, reflexos do grande b/arco incipiente.

Nunca vencida em seu tempo de contentamento, a cidade em questão continua gerando e gerindo o assombro a quantos lhe entrem através seja da serra, do mar ou do ar, ainda sem saber que, entre o temível bafo da razão e o sabor amaro da desrazão, ela, a cidade, passeia e faz lastro ao riso, mesmo que em todos os cartórios e tribunais as ancas do Tempo estejam no limiar do impossível, enquanto a glote do medo assenhora-se tanto das praias e praças quanto das criaturas que nela perpassam sua bossa em busca do mais descansado rumor.

A dor morará nos museus.

Na palma da mão, um cão soergue o que não há de bisonho no Homem, alça uma pata ao afago do calçadão sobre e a partir do qual a antiga suicidade ou monstrópole resolveu acudir a si mesma, sentindo que na calma de um não se pode ver o colostro, desviado, fluir para longe da dignidade perene que a sua finalidade exige. Execráveis bitáculas empunham o dia, e veneráveis padarias se abrem para que o cisco solar lhes entre de sobejo com a trilha do mar sendo festa de abricós, mangueiras e castanheiras.

Ainda hoje, às vezes, receio que a Cidade Maravilhosa maravilhas não nos possa mais mostrar, como uma boa velhinha trazendo petiscos aos netos e netas (não a velhinha avarenta que libertou o jovem Raskolnikov). Ledo muxoxo, engano.

A dor morará em museus, e, parece, mas a cidade do Rio de Janeiro permite isso.


colaboração de Darlan M Cunha
Belo Horizonte, 10-04-2006


dito por li stoducto




7 Comments:




Blogger M. said...

Que post sublime! Amei isso!

23 abril, 2006 11:54  



Blogger Silvia Chueire said...

Belo post mesmo!

Silvia

25 abril, 2006 18:23  



Anonymous Anônimo said...

Sépala da mais bela flor.

Rio de Janeiro, na visão de alguém que enxerga além da mediocridade cotidiana.

Muito belo o texto.

Abraços.

26 abril, 2006 09:58  



Blogger Zana said...

Este blog é muito legal. Gostei da idéia!
Excelente texto, Darlan! Poético, realista!
Parabéns!
;)

26 abril, 2006 12:54  



Anonymous Anônimo said...

Uma obra admirável esta crônica sobre a cidade maravilhosa.Pétalas que formam o calice das flores..ou uma monstrópole que resolve acudir a si mesma...que merece perene dignidade, mas maravilhosa cidade que maravilhas já não nos pode mostrar...Sendo assim a dor morará em museus...
Darlam é um craque da literatura, eu nem teria palavras capazes de comentar seu texto, por isto o plágio de partes dele...
Aplausos amigo.

09 novembro, 2006 22:26  



Blogger Darlan M Cunha said...

É isso aí, caro DONINI

que, mineiro como eu, sabe que o inventário do Rio de Janeiro também é o nosso inventário.

Abraço.
DARLAN

11 janeiro, 2008 11:18  



Blogger Darlan M Cunha said...

REVISITEI, hoje, dia 10 de outubro de 2008, suas Páginas, doce LI.
***
Longa vida para ti, ELIANE STODUCTO, que tão bem a tantos, e a mim também, fizeste.
Descanse.

Darlan M Cunha
(Belo Horizonte, MG)

10 outubro, 2008 10:09  



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