sexta-feira, abril 28, 2006
este comentário merece um post
ana laura diniz disse...
ok, ok, podem me punir porque só hoje, apenas hoje, não mais do que hoje, tomei conhecimento do "conversa de botequim"........ mas veja lá! paulistana abusada que sou, já vou eu fazer minhas intervenções cariocas....... porque quem me conhece sabe o quão alucinada (é verdade, já fui mais) sou por essa cidade................................................ uma legítima "calango carioca".............
mas penso no rio e não tenho como não pensar em........
- bar do arnaldo. sim, aquela portinhola de restaurante em santa tereza (que dá vista para uma das 594 favelas daquele morro) que serve a melhor comida baiana da face da terra... nem a bahia oferece comida tão saborosa e melhor manteiga de garrafa......................... carne de sol, carne seca, hummm, é de dar água-na-boca....................... com macaxeira, abóbora, sei lá deus. e o bonde nos arcos da lapa... a travessura insensata de experimentar até o estribo...
- feira de são cristovão. queijo de coalho e aqueles bichos despelados à venda nos ganchos... forró rasteiro ao fundo... impagável..................... raramente dançava, mas via............
- em caminhadas noturnas do leblon até a pedra do arpoador... onde o pôr-do-sol é mais bonito que o nascer... sei lá por causa-de-quê..... e daquela sensação que tenho do que não vivi, de lucio alves com doris monteiro cantando "mudando de conversa"...... a-do-ooooooo-ro essa música.... ou mesmo com dick farney, muito antes do mocinho ir para os estates, com "tereza da praia"... e haja praia.
- das praias mesmo, aliás, gosto mesmo é de ver. não de entrar. caminhar rente ao mar. molhar os pés... mas é assim: calça de tecido levinho, chinelos entre os dedos das mãos... blusa branca e chapéu... e água, muita água nos pés, e vez e outra, surpreendida com uma marola mais forte nas pernas.
- dizem que rio de janeiro tem cheiro de samba, sol, suor e cerveja. sei lá. talvez seja isso também. mas ainda descubro oito violinos, duas violas, cello, oboé, piano e violão por detrás da pedra da gávea ou do morro dois irmãos. e laranjeiras, o bairro que não dá fruta. ou dá. gosto de cosme velho, urca, humaitá. gosto de outras coisas mais. do cristo de braços erguidos sobre mananciais das gentes...................... de gentes............................. de toda gente, da lembrança do profeta gentileza.
gentileza.
gentileza em conversa. em conversa, prosa, papo, leva de botequim.
sem lá nem crá, cheguei. sem crá nem lá me vou. mas antes... bem, antes... vou parar na ataulfo paiva, no sujinho (leia-se: qualquer boteco onde sanduíche se come em pé. e o suco é feito na hora. nada de polpa. fruta meessmo) que tem na esquina com a aristides espínola e ...
"Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada"
e o rio é mais, muito mais. qualquer dia desses abuso mais e conto pra vocês... o rio que carioca não vê, mas que paulista sente. niterói que não anda de costas, angra, mangaratiba, itacuruçá, itaguaí, parati.....
eu amooooooo o rio. paulistana de nascença, mineira por devoção, carioca de coração.
beijos, saudades e avante! que agora não saio mais desse bar................
Ana Laura Diniz
dito por li stoducto
3 Comments:
Silvia Chueire said...
merecia mesmo. :)
beijos,
silvia
ana laura diniz said...
tudo que eu disser vai ser pouco perto da alegria que sinto nesse momento... eu tô é me sentindo muuuuito honrada de merecer um post no boteco no meio de gente tão inteligente, brilhante, bacana, sensível (e tudo o mais que nem cabe mesmo em palavras) como vocês, adoráveis meninas. a "carioca" aqui agradece de coração. beijos a todas,
ana
p.s.: la stoducto, minha querida, a recíproca da saudade é mais que verdadeira. tô pra te ligar... dessa próxima semana você não me escapa.
Anônimo said...
Caramba! Essa me deu saudade dos tempos em que estava em Santa Teresa, com Bar do Arnaudo e tudo, com aqueles violões choróes nos bares a qualquer hora, com o jornalzinho do bairro infernizando os camaradas-políticos que emperravam os trilhos... Enfim, ai que saudade! Meu abraço com um pedaço de queijo assado.
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