terça-feira, abril 25, 2006
Poema para o Rio
Suor e maresia nos envolvem. Sente-se o mormaço do calor do dia no corpo todo, no requebrado das mulheres, nos olhos masculinos deslizando pelas ancas .
Observa este povo, e saberás a cadência da música, de onde vem, de onde vem, de onde...
Atenta o ouvido e perceberás o ritmo nos ruídos cotidianos. Assim como os saltos nas calçadas, um cantarolar surdo que nos atravessa. A música a sobrepor-se ao lado áspero da cidade grande, a alegria.
Todos os caminhos dão no mar, chamado irresistível, oceânico, de nos desfazermos n'água. De nos despirmos da pele de circunstâncias.
O olhar atento verá por entre os edifícios, a história, a mistura das raças. O negro que há em nós, música e libido à flor da pele. O índio, liberdade e selva e o sorriso. O europeu, pose e civilidade que absorvidas pelas tentaçôes da cidade dão o tom anárquico que o Rio parece ter às vezes.
Praias e montanhas, floresta e oceano, vales e rios.
A mais bela geografia, a acolher todos os gostos. A música a tomar-nos a cada passo.
Ando pela cidade e a amo com a consciência crucial da beleza, da alegria , da miséria. Da cidade sedutora.
Rio de Janeiro, céu, inferno, e purgatório.
Silvia Chueire
dito por Silvia Chueire
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1 Comments:
Anônimo said...
Adorei o contexto do blog! É do jeito que gosto de ler: Botequim e Rio de Janeiro!
Abraços!
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